quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Flashes matinais


Ontem quando apanhei o autocarro pela manhã assisti a uma cena que me fez pensar – por vezes, lá tem de ser. Numa das paragens, houve uma senhora, de meia-idade, que se sentou nos lugares reservados para grávidas e pessoas com dificuldades de locomoção. Eis se não quando, outra senhora, também de meia-idade, com um discurso, muito resumido, mas cuja ideia principal era esta: “que eu sou de Jesus e aqueles lugares não são para pessoas que não se encontram nestas condições, que devia ir trabalhar para saber o que era a vida”.

Faltou muito pouco para me saltar a tampa. Quanto mais necessidade temos de afirmar que somos pelo Bem é quando esse mesmo Bem nos falta; apontar o dedo ao outro, julgá-lo, faz-nos imediatamente saltar para o outro lado da barreira. Na verdade, não havia lugares dos outros livres (eu ia de costas) e não tenho a menor dúvida que, caso fosse necessário (havia ainda outros 2 lugares daqueles livres), a senhora iria acabar por se levantar e ceder o seu lugar. E embora também me irrite quando as pessoas se sentam nesses lugares, quando há lugares vagos, quem sou eu para apontar o dedo ou julgar? (e agora sim, percebemos o que realmente significa não invocar o santo nome de Deus em vão) Por isso mesmo acabei por assitir e calar.


2 comentários:

Anónimo disse...

locomoção

Pedro disse...

Claro! Obrigado caro Anónimo!