quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Deus sempre a colocar-nos à prova


Quem me conhece sabe que sou de gargalhada fácil. Para além de gargalhada fácil, gargalhada descontrolada. O que significa que, se há alguma coisa que eu acho graça começo a rir e não acabo, de forma que por vezes tenho de sair daquele espaço, senão corro o risco de sufocar. Ora, o que pode ser muito engraçado para os presentes, porque o riso é sempre contagiante, pode ser complicado em situações onde não é suposto ri, nomeadamente em situações tristes ou em próprias situações tristes, em que é necessário ter algum decoro, como aquelas em que estamos rodeados de gente que não conhecemos de lado nenhum. Foi o que me aconteceu no outro dia. 

Entrei no mesmo elevador que o arquitonto. Não dei conta de nenhum rapaz de mãos cruzadas nem de cabeça ligeiramente inclinada, embora estivessem, para além de mim, umas quatro ou cinco pessoas. Atrás de mim, encostada ao espelho, uma adolescente falava ao telefone com outra, uma tal de Madalena, se a memória não me falha. Nestas ocasiões, fixo geralmente ou a porta do elevador ou os botões : "Madalena, não te rias!"  Eh lá, pensei eu , vem aí história cabeluda! - "Eu fiquei toda negra." Aqui tive de fazer muita força, muita força para me controlar - "Sim, toda partida, tu não sabes as voltas que eu dei!" Felizmente, foi neste momento que a porta do elevador se abriu e eu pude sair para me rir sozinho, mas à vontade.

1 comentário:

K disse...

gosto de saber que há quem utilize, também, expressões como arquitonto (pensava que era só eu).
e, apesar de hoje em dia já ter mais autocontrolo, também padeci deste mal durante muitos anos.